Querubismo: o que é?
O querubismo é uma doença óssea considerada rara de causa ainda desconhecida. É considerada uma displasia fibro-óssea benigna, não neoplásica de origem genética autossômica dominante hereditária. Vários pesquisadores tem relatado incidência mais alta da doença em homens do que em mulheres.
A doença foi descrita pela primeira vez em 1933. O nome foi dado pelo aspecto que seus portadores apresentavam muito semelhante aos “anjos querubins”. Desse modo, mais especificamente, aos querubins “anjos bochechudos” das pinturas renascentistas.
Ocorre durante a infância entre 2 e 5 anos. Acomete a maxila e a mandíbula exclusivamente, ocasionando um aumento de volume bilateral. Os pacientes dificilmente relatam algum tipo de dor e sua consistência é firme à palpação. Há aparência de “olhos voltados para o céu”, que se deve ao aumento de exposição da margem da esclera notada abaixo da íris¹.
O tamanho das lesões pode variar. Algumas são pouco notadas outras apresentam grande deformidade na face. O tamanho é que vai determinar sua interferência nos dentes tanto na estética como na função.
Muitas vezes regride espontaneamente durante a puberdade.
Aspectos Clínicos
Como mencionado anteriormente, o querubismo se caracteriza por uma expansão da maxila e mandíbula bilateral com ausência de dor, resultando num aumento da face e retração das pálpebras. É mais comum em crianças do gênero masculino entre dois e cinco anos de idade e seu máximo desenvolvimento ocorre até os nove anos.
Para um diagnóstico preciso é fundamental não apenas o exame clinico. Radiografia panorâmica, de perfil e tomografias computadorizadas garantem uma visualização precisa de todas as áreas afetadas. Radiograficamente, as lesões são radiolucências expansíveis tipicamente multiloculares.
Dependendo da severidade da lesão podem ocorrer:
- ausência de germes dos dentes permanentes;
- esfoliação precoce dos decíduos;
- distúrbios oculares;
- obstrução respiratória;
- prejuízo da audição;
- deformações no palato;
- erupção anormal dos permanentes;
- impacção dental (má oclusão);
- reabsorção radicular em decíduos e permanentes;
Aspecto radiográfico
Qual o tratamento e prognóstico?
O tratamento vai depender de cada caso e de sua evolução. Não existe um protocolo definido. Na maioria dos casos se vê a necessidade de por exemplo:
- Tratamento estético;
- Curetagem de lesões e extração dentária;
- Tratamento expectante;
Como é uma doença sem uma etiologia definida ela não é totalmente compreendida e novos tratamentos ao longo do tempo podem surgir. Dessa forma, o prognóstico é imprevisível em qualquer caso.
¹NEVILLE, B.W. et al. Patologia Oral& Maxilofacial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. 972p
[…] doenças especificadas dos maxilares Exclui: displasia fibrosa, poliostótica (Q78, I ) K10.80 Querubismo K10.81 Hiperplasia condilar unilateral K10.82 Hipoplasia condilar unilateral K10.83 […]
[…] citar por exemplo: lesão periférica de células gigantes, fibroma ossificante, sialoadenite, querubismo, tumor de warthin, ameloblastoma entre […]
[…] Aumento de volume no local; […]