Conheças as classificações do traumatismo dentário.
É bastante comum nos consultórios odontológicos nos depararmos com situações emergenciais que exigem dos dentistas muita calma para lidar com pacientes desesperados e conhecimento técnico/científico no momento do diagnóstico.
O traumatismo dentário é muito comum principalmente em pacientes jovens. Se você tem um consultório perto de uma escola ou creche já deve ter atendido pacientes nessa situação. Quedas, pancadas, empurra-empurra, futebol…
Estes traumas podem gerar lesões não só na estrutura dentária, mas também no periodonto, osso e tecidos moles e normalmente se localizam na região anterior. E nessa região, significa preocupação também com a questão estética. O exame radiográfico é imprescindível em qualquer caso de traumatismo.
Classificação das Lesões no traumatismo dentário:
- Lesões dentárias;
- Lesões no tecido de sustentação;
- Lesões em tecidos moles;
- Lesões no tecido ósseo;
Vamos citar abaixo o tratamento para alguns casos:
A) Fratura de esmalte: Dependendo da extensão de esmalte perdido pode-se realizar uma restauração com resina composta ou desgaste para regularizar a margem incisal;
B) Fratura esmalte/dentina: Verificar se existe exposição pulpar ou não. Lembrando que quanto menor o tempo que o dente ficou em contato com saliva maior a chance de manutenção da vitalidade pulpar. Normalmente o recomendado é se realizar uma restauração com resina composta com proteção por hidróxido de cálcio. É possível também colar o fragmento do pedaço de dente fraturado desde que o mesmo tenha sido armazenado adequadamente.
C) Fratura radicular: Primeiramente deve-se fazer a redução da fratura e confecção de uma contenção semi-rígida com fio ortodôntico (0,30 ou 0,40mm), ou linha de nylon grossa presa ao dente fraturado e aos dentes vizinhos. Durante as semanas em que o dente estiver com a contenção é importante o acompanhamento radiográfico para que possíveis alterações pulpares possam ser detectadas.
D) Concussão: Neste caso em que podem ocorrer pequena hemorragia, edema (mas sem mobilidade) e sensibilidade à percussão recomenda-se alívio de interferências oclusais e acompanhamento;
E) Sub-luxação:
Como o impacto nesse caso é maior, algumas fibras do ligamento periodontal se rompem e a mobilidade é presente, mas sem deslocamento do dente. É recomendada a realização de uma contenção semi-rígida com fio de nylon e resina composta por 10 dias e medicação antiinflamatória.
F) Intrusão: É o deslocamento do dente em direção ao alvéolo. Pode ser total ou parcial. Após um exame radiográfico são recomendadas 3 alternativas de tratamento: 1 – Aguardar a reerupção do dente; 2 – Reposição cirúrgica imediata com contenção; 3 – Reposição Ortodôntica;
G) Avulsão: É muito comum em pacientes jovens com o ápice radicular ainda em formação. É o total deslocamento do dente para fora do alvéolo. Após o exame radiográfico são recomendadas 3 alternativas de tratamento: 1– Reimplante imediato (quando o dente permaneceu fora do alvéolo por menos de 1 hora e armazenado em meio adequado como soro fisiológico, saliva e leite); 2– Reimplante mediato: Para dentes com ápice completo e que estiveram fora do alvéolo por menos de 1 hora em meio seco; 3– Não fazer o reimplante: Dentes com ápice aberto que permaneceram em meio seco por mais de 1 hora e paciente com problemas periodontais;
Referências:
Andreasen JO, Andreasen FM. Fundamentos de traumatismo dental – Guia de tratamento passo a passo. 2ª ed.Porto Alegre, Artmed Editora, 188p. 2001.
Atualização Clínica em Odontologia 25ª ed. São Paulo, Artes Médicas, cap. 19. 2007.
[…] Um pancada ou batida no dente pode gerar diferentes tipos de fratura. Escrevemos outro post sobre os diferentes tipos de traumatismos dentários. […]